A Psicanálise enquanto ciência, método e técnica de escuta e trabalho do psiquismo, nos coloca diante de algo fundamental que nos atravessa ao longo de toda a vida, sem muitas vezes nos darmos conta de sua existência e do efeito que tem sobre nós, sobre nossas escolhas, sobre como nos sentimos e nos relacionamos com os outros, que é o inconsciente. 

   Ao longo de toda a nossa história e constituição enquanto sujeitos, somos atravessados por fatos, palavras, expectativas, pela imagem que o outro tem de nós e por aquilo que este outro espera e diz sobre isso. 
   Isso não vem sem consequências e marcas, porém nem sempre nos damos conta do peso que tem sobre nós, inclusive sobre quem vamos nos tornar, como vamos viver e reagir às situações, o que vamos nos autorizar ou não a desejar, a ser e a dizer, e também sobre nosso sofrimento e angústia que vão se apresentando de uma maneira um tanto particular para cada um. Eis o porquê muitas vezes aquilo que funciona para uma pessoa (as técnicas, as saídas, as receitas) não funciona para outras.  
   A aposta de uma análise é de  começarmos a saber um pouco mais sobre isso que nos atravessa na vida, sobre o que está em jogo em nosso sofrimento e que acaba nos impedindo, de uma forma ou de outra, de fazer algumas coisas, encerrar outras e bem dizer nosso próprio desejo.

  Que seja possível descobrir o que cada um pode fazer com aquilo que lhe marca, manca, atravessa e faz sofrer. Esse é o convite de uma análise.